Durante grande parte do século XX, Detroit foi considerada a capital do automóvel nos EUA, local onde se estabeleceram grandes marcas como Ford e General Motors.
No entanto, o século XXI está sendo um tempo de mudanças de paradigmas na cidade; a cultura do automóvel está dando lugar ao desenvolvimento de uma cultura cicloviária.
Com efeito, esta mudança fez com que Detroit se convertesse na cidade norte-americana com o crescimento mais acelerado em relação aos deslocamentos de bicicleta, alcançando a cifra de 403,2% entre os anos 2000 e 2014, segundo um estudo da Liga de Ciclistas Americanos, uma ONG que promove o ciclismos urbano e a construção de infraestruturas cicloviárias mais seguras.
O número, bastante encorajador para qualquer cidade que promove o uso da bicicleta, reflete os esforços das autoridades de Detroit em impulsionar a mobilidade sustentável, um estilo de vida mais saudável e um modo econômico de transporte urbano para seus habitantes, dos quais 20% vivem abaixo da linha de pobreza.
Com este despontar do transporte sobre duas rodas, os pesquisadores identificaram dois fatores determinantes para que a cidade se destacasse a nível nacional. O primeiro corresponde aos 272 km de ciclovias construídos nos últimos nove anos.
O segundo está ligado à familiarização dos habitantes da cidade com este meio de transporte através da iniciativa Slow Roll, similar às bicicletadas que acontecem à noite em algumas cidades brasileiras.
Esta inciativa convida ciclistas de todas as idades a se reunirem nas segundas-feiras à noite em algum ponto da cidade para pedalarem juntos por uma rota única. Desde que foi implementada em 2010, a iniciativa tem sido bem recebida e já chegou a reunir mais de 4 mil ciclistas para um passeio.
Faça o download da pesquisa realizada pela Liga de Ciclistas Americanos aqui.